GOSTO NÃO SE DISCUTE
No mínimo, podemos
nos respeitarmos, quando nos depararmos com escolhas divididas de diversos
gostos. No máximo, se lamenta. E antes que você julgue alguém por um
determinado comportamento, esteja preparado para ouvir os famosos Estilistas Nacionais e Internacionais (Fashion Week) “quem é você para falar isso? ” - Muitos de nós nos perguntamos,
quando alguém expressa uma pergunta interrogando desta maneira. Porque, muito
além do que um padrão quadrado criado pela sociedade, o gosto é algo
extremamente pessoal. Se o diferente lhe incomoda, problema sexual seu. Se você
não compreende como outra pessoa pode gostar de algo que não lhe agrada, também
é problema sexual seu. Se a sua opinião não foi pedida, não se preocupe
dando-a.
Não
confunda, no entanto, o que um monte de valores usados pelas pessoas de uma
maneira geral chama de belo ou de bom. Os conceitos vêm sendo montados há
décadas e, ao surgir o novo, é natural haver um movimento condenando ou taxando
negativamente. O que nos vem mais facilmente a cabeça quando tratamos do
assunto é beleza (lembrando o ditado “quem ama o feio, bonito lhe parece”) e
música. Essas são duas seções de intermináveis discussões entre defensores de
diversos estilos que culminam sempre na frase que abre esse texto: gosto não se
discute.
Gostar de
sertanejo, rock ou pagode não é defeito. Preferir uma mulher gorda ou um cara
peludo também não. Os exemplos, claro, são intermináveis. As brincadeiras podem
até ser saudáveis. Entre amigos, sempre há aquele com o gosto mais diversos. Há
quem chame de exótico, de refinado e, por que não? de estranho. E o que seria
dos fetiches não fosse o gosto? Por mais que não se ache argumentos para
reforçar a opinião acerca do gostar, o bom “porque sim” sempre pode ser usado.
Por que você
gosta de poesia? Porque sim, ué.
A confusão
só vai aumentar se incluirmos nisso o modo de falar, de agir, de vestir, ter ou
não tatuagens, piercings e afins, ou se citarmos cinema, cerveja, literatura ou
futebol. E essa é apenas a ponta do iceberg. Acredito que o problema, hoje é
que temos “especialistas” demais nas redes sociais. Somos todos PHD’S de uma
certa maneira e formas da MODA e mudanças de
MODA, e muitas vezes, doutores em
críticas, que só nos fazem ir para frente e conquistar o que sonhamos e o que queremos.
Damos conselhos, dizemos qual caminho e o fulano tem que seguir para “se curar”
de certos desvios de caráter que tem como base fundamental o gosto dele, quando
muitas vezes, não se discute Ou discute?
Agora,
quando opinar sem ser chamado é bom saber que sempre poderá vir voando – sem
aviso algum, logo após uma intromissão como essa, que muitas vezes, podemos
receber ou despachar civilizadamente – o melhor argumento e desfecho para
qualquer discussão.
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