terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

NOSSAS INDIFERENÇAS - APRENDAM

Parte do problema com a palavra “deficiência” é que ela sugere uma incapacidade de ver, ouvir, andar ou fazer coisas que muitos de nós damos por certo. Mas o que acontece com as pessoas que não podem sentir, falar dos seus sentimentos, controlar seus sentimentos, estabelecer relações próximas, realizar-se, gente que perdeu a esperança, que vive na miséria e amargura? Para mim, essas são as verdadeiras deficiências. ”
(Fred Rogers) Os conceitos que geralmente são estabelecidos pela sociedade são: perfeição/imperfeição, deficiência/eficiência, desvio/norma padrão. Assim o conceito da deficiência construído historicamente tem sido a diferença baseada na comparação do ideal estético, do previsível, do conhecido.
diferença ameaça a ordem estabelecida, e põem em risco as crenças, os valores e os conceitos. Esse confronto com o desconhecido, com a diferença na maneira de ser, pensar, viver, agir e produzir pode provocar no cotidiano das pessoas com deficiências, diferentes reações de suas famílias, do contexto escolar e comunitário. E quem são essas pessoas consideradas deficientes? São pessoas como nós, integrais em sua condição de seres humanos, mas limitadas em seu desempenho.
São os cegos, surdos, mudos, paraplégicos, deficientes mentais, autistas, portadores da síndrome de down, paralisia cerebral e outros. Porém antes de serem pessoas com necessidades especiais, eles são filhos e foram ou ainda são crianças, com os mesmos desejos, sonhos e demandas de toda criança. Os pais, ao serem informados que tiveram um bebê com uma síndrome ou uma etiologia que tenha como consequência o atraso no seu desenvolvimento, frequentemente enfrentam períodos difíceis devido a fatores emocionais.
É natural que diante do diagnóstico possa surgir um desequilíbrio nos pais vivenciado através de reações como: choque, negação, tristeza, luto, desespero, culpa e adaptação. Inicialmente, há um período de choque, depois de tristeza ou ansiedade, para só depois tentarem se reorganizar emocionalmente na direção da aceitação desse bebê. Com o tempo, os pais vão se adaptar para tentar ajudar esse filho. Crianças com necessidades especiais são aquelas que, por alguma espécie de limitação requerem certas modificações ou adaptações a fim de que possam atingir seu potencial máximo.
São crianças que requerem cuidados adequados às suas diferenças. Podemos falar de cuidados inerentes a sobrevivência, como a alimentação, e também de necessidades relacionadas ao seu desenvolvimento em geral. Quando a família tem um filho com necessidades especiais, o dia a dia deixa de ser uma mera rotina e se transforma em uma sequência de desafios constantes.
As atividades cotidianas se transformam em momentos de luta, derrota, vitória ou, simplesmente, momentos de reflexão e humildade. Também pede atenção para a socialização com outras crianças e um acompanhamento mais rígido na dieta. Sentar, engatinhar, balbuciar um som ou apenas um olhar direto nos olhos passa a ser gestos muito comemorados, pois foram muito batalhados pela criança e pelos pais. Assim, as pequenas vitórias no cotidiano recarregam a energia desses pais. O número de estudantes com algum tipo de necessidade especial cresce a cada ano na rede regular de ensino. 
Esse crescimento tem ocorrido, pois a Constituição Brasileira de 1988 garante o acesso ao Ensino Fundamental regular a todas as crianças e adolescentes, sem exceção. E deixa claro que a criança com necessidade educacional especial deve receber atendimento especializado complementar, de preferência dentro da escola. “Desculpe, não estamos preparados para receber seu filho”. Essa é a resposta que muitos pais ouvem ao tentar matricular um filho com necessidades especiais na escola regular. Realmente, muitas escolas privadas não podem manter os custos do atendimento educacional especializado e as públicas não recebem recursos e capacitação.
Mas recusar a matrícula é crime. A inclusão ganhou reforços com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, e com a Convenção da Guatemala, de 2001. Esta última proíbe qualquer tipo de diferenciação, exclusão ou restrição baseada na deficiência da pessoa. Sendo assim, mantê-las fora do ensino regular é considerado exclusão e crime. Muitas pessoas ainda entendem a Educação Especial como uma modalidade que substitui a escolarização, voltada exclusivamente para crianças com necessidades especiais. No entanto, aos poucos, essa confusão está se esclarecendo.
A Educação Especial é entendida como a modalidade de ensino que tem como objetivo quebrar as barreiras que impedem a criança de exercer a sua cidadania. O atendimento educacional especializado é apenas um complemento da escolarização, e não substituto. Ninguém nunca espera ter um filho com algum tipo de necessidade especial, mas a realidade é que isso pode acontecer com qualquer casal. E a melhor maneira de se preparar para uma situação como essa, se é que existe alguma forma de preparação, é mudar paradigmas e valores. O maior erro que os pais podem cometer na educação de uma criança especial é não entender qual o real problema do seu filho. É preciso entender as particularidades de cada um, aprendendo junto com seu filho.
amor e carinho dos pais são muito importantes e devem estar presente na educação dessa criança, assim o apoio dos pais é necessário para que a criança possa se sentir compreendida. Entenda as limitações da criança, ela é especial e diferente. Entender o problema dela, vai lhe ajudar a também compreender como ela aprende. No começo parece complicado, mas com o passar dos anos a educação de uma criança especial se torna simples, o dia a dia e o convívio fazem pai e filho entrarem em sintonia.
O amor e acolhimento são os principais ingredientes para que a sua dedicação a esse filho seja bem-sucedida. Um sentimento comum entre os pais de crianças com limitações é o que chamam de “amor responsável”. Eles amam tanto seu filho que não querem que nada de mal aconteça com ele. Tudo bem que todos os pais sentem isso, porém, o que acontece com os pais de filhos especiais, é que eles sentem que são 100% responsáveis pela felicidade e cuidado da criança. Uma forma dos pais perceberem se está exagerando no cuidado e no senso de responsabilidade é fazer a si mesmo perguntas reflexivas como, por exemplo:
  • Estamos respeitando os limites de nossos filhos?
  • Estamos aproveitando intensamente cada dia que passamos ao lado deles?
  • Estamos dando valor ao que realmente importa nesta vida?
Muitas vezes, os pais produzem uma convivência tão impregnada das limitações que têm dificuldade em favorecer que esse filho possa levar a vida dele, que possa ser feliz dentro de sua condição. As mesmas possibilidades dadas aos outros filhos devem ser dadas ao filho especial, dentro de sua situação específica. Portanto essa criança deve participar da rotina da casa, organizar seus pertences, ajudar nas tarefas cotidianas, brincar explorando livremente o ambiente; tudo isso prepara a criança para a autonomia e a independência.
Fazer parte do contexto das relações familiares significa para a pessoa com deficiência ser um sujeito ativo nos processos cotidianos e decisões familiares, sendo aceito e valorizado como ser humano que interage, do seu jeito, tanto no núcleo familiar, como também fora dele.
Até que a Morte (do Relacionamento) os Separem!
Relacionamentos amorosos possuem um ciclo de vida muito parecido com o nosso enquanto ser humano diariamente, se é o que achamos. Primeiramente, deve nascer, depois ser construído e desenvolvido, para então se tornar firme e sólido. Assim como também deve passar por cuidados e atenções continuamente, para que essa relação tenha uma vida longa e saudável em todos os aspectos de vida.
Assim, uma relação deve ser cuidada, cultivada e alimentada e receber investimento contínuo recíproco, no tempo e limite certos, para poder chegar a algum futuro saudável. Então, partindo da ideia que toda relação nasce e cresce, devemos então entender que toda relação morre ou pode morrer. Tanto sentimentalmente (em perdas de certos encantos) como por vezes na concretude (separação).
Uma relação amorosa pode acabar passando por uma angustia maior do que o casal ou apenas um dos dois, consegue suportar, como decepções, traições, agressões, mentiras, egoísmos orgulhos, ciúmes intensos. Situações como estas podem ser a justificativa para determinar o fim, isto é, a morte, daquela relação.
Esta morte não precisa estar ligada somente a ideia de separação. Muitas vezes o casal opta por continuar ou recomeçar sua história e ficam juntos. Mas aquele impacto ou abalo vivido, com certeza, alterou suas histórias e daqui por diante tendem a ser outro casal, logo essa será uma nova história, pois aquela primeira acabou, morreu, restando então o luto. E este luto, deve ser vivido e assumido, para que possam ter uma chance real de um novo futuro, ou viverão amargurando a frustração.
O luto é uma reação sentimental ligada às perdas importantes em nossas vidas. É uma fase transitória, mas com tempo indeterminado de duração, pois sua vivência é sempre particular para cada indivíduo e com certeza sua intensidade, impacto e tempo será determinado pela ideia que aquela pessoa possui sobre perdas.
luto de uma relação amorosa é muito próximo da ideia que temos de luto, quando morre um ente querido, assim o ser humano transita entre fases, etapas reativas:
  • Negação ou isolamento: que envolve se isolar, não falar sobre, ou não admitir a ideia de perda, é um mecanismo de defesa para se proteger da dor;
  • Sentimento hostil: surge a raiva, agressividade, hostilidade, inveja entre outros sentimentos negativos, por não conseguir mais negar aquele fim;
  • Negociação ou barganha: após perceber que a hostilidade também não resolveu a dor da perda, começa então, uma tentativa desesperada de negociação com a própria emoção ou com quem achar ser o culpado de sua perda. Promessas, pactos, orações e outros recursos são muito comuns;
  • Depressão ou choro: este é um momento de desolamento, tristeza, culpa e desgaste. A consciência já não permite mais que se negue ou que camufle aquele fim e a dor é percebida na realidade;
  • Aceitação: neste momento os movimentos da pessoa são em busca de uma superação, um desejo de lidar com aquela realidade e dor e não mais lutar contra. As emoções se tornam mais contidas e a busca de paz se torna o rumo;
  • Esperança: após certo tempo na aceitação a pessoa passa a apresentar uma ideia de continuidade vital, voltando a fazer planos, desejar algo novo e acreditando que pode ter outro futuro. E este movimento faz uma transição ou um fechamento do luto para uma nova história.
Dessa forma o fim de um relacionamento, como muitos já devem ter vivenciado, é um momento bastante difícil. É comum que a separação traga uma dor que vai além da emocional. Muitas pessoas relatam, nesse momento, sensações físicas como falta de ar, dores no peito, alterações no apetite, no peso, no sono, entre outras.
Para algumas pessoas de certa forma é difícil terminar um relacionamento, porque tem medo da solidão de uma certa maneira, querem alguém para preencher “o seu vazio”, sentem fracassadas de uma certa maneira por acreditarem que para ser felizes ou bem sucedidas precisam estar com o “status” de casadas ou namorando, e há aqueles que se assustam com mudanças e não querem reavaliar a sua vida.
É comum que surja a sensação de confusão e de não compreensão do motivo que levou àquela situação. O fim de um relacionamento costuma acontecer quando ao menos uma das partes se depara com uma situação que, ao seu ver, não poderia ser resolvida de outra forma. Sendo assim, o término seria a única solução viável.
Em geral, a pessoa que foi abandonada costuma sofrer mais, tendo em vista que aquele que tomou a iniciativa para o rompimento tem como apoio o estímulo que o levou a tomar essa decisão, somado, muitas vezes, a um sentimento de renovação e alívio diante daqueles problemas que vinham lhe causando angústia. Entretanto, pode ser que mesmo aquele que tomou a iniciativa do término experimente sentimentos negativos, como culpa e tristeza. Ambas as partes passam a se questionar sobre o que poderiam ter feito de outra forma, a buscar explicações para o término e a lamentar pelos bons momentos perdidos.
Na tentativa de se livrar destes momentos, podem surgir sentimentos de raiva e ódio, numa tentativa de, ao pensar, nos coisas ruins, de certa forma e amenizar a dor, trazendo a sensação de alívio por não ter perdido nada de grande valor. É comum que os pensamentos estejam voltados ao ex-companheiro, trazendo dúvidas sobre como ele estaria se sentindo, como tem lidado com a nova situação, o que tem pensado a respeito do relacionamento etc.
Algumas vezes a dificuldade deste parceiro em aceitar o rompimento pode ser confundida com amor. O fato dele não conseguir se separar, não significa necessariamente que ama o outro, se é o que nós compreendamos e de uma certa forma, pode significar posse ou outra dificuldade.
Somente após um tempo de afastamento que estes questionamentos começam a diminuir e, toda energia dedicada ao outro, pode ser reinvestida em si próprio.  Neste momento, pode ser de grande valia voltar a realizar atividades que tragam prazer, como fazer exercícios físicos, sair com seus amigos, dedicar-se ao trabalho, enfim, encontrar formas de investir em si mesmo.
Da mesma forma podemos entender assim que o fim de uma relação é algo real e muito possível sempre, e que se chegou ao fim, podemos superar com o tempo, admitindo nossas dúvidas, dores e fraquezas e abrindo assim as portas para construirmos novas possibilidades no tempo certo. Apesar ser muito doloroso tem o outro lado, pois são nos períodos de crises que nós conseguimos fazer as maiores mudanças em nossas vidas.
Os tipos mais comuns de mudanças positivas do fim de um relacionamento são: aumento na confiança, mudanças no auto percepção, mudança na relação que você tem com as pessoas a sua volta e reaproximação com velhos amigos e da família. O término pode te levar a refletir sobre a vida e a rever suas prioridades.  Outro ganho que você pode obter com o término é o crescimento pessoal. Este crescimento obtido após a experiência poderá ajudar a escolher melhor seu próximo parceiro e, ainda, a ser um parceiro melhor pra quem você escolheu.
O fim de um relacionamento só não pode se tornar motivo de escudo para afastar os outros pretendentes. Quando isso acontece, pode significar que existem feridas abertas, que independentemente de estar se envolvendo ou não com alguém, ainda assim a pessoa estará perpetuando o seu próprio sofrimento. Nesses casos é importante o acompanhamento com o psicólogo, pois depois de todas essas frustrações amorosas, a pessoa pode ficar com medo de voltar a se decepcionar e sofrer.
Por esse motivo ela fica mais desconfiada e arisca passando a evitar relacionamento sério. Não dá abertura para o outro se aproximar, ou apenas se relaciona fisicamente, cria barreiras para não se envolver emocionalmente. A pessoa passa a agir dessa forma porque não quer se sentir “fragilizada” novamente, ou mesmo quando se compromete numa relação, a pessoa tenta manter certa distância do parceiro para não se sentir vulnerável. 
Demonstra ser autossuficiente, não precisando da ajuda ou do carinho do outro. A pessoa acredita que dessa forma está se “prevenindo” das coisas “ruins” do relacionamento, mas na verdade ela está deixando de viver, de aprender e aproveitar os momentos maravilhosos que pode ter ao lado de alguém. O sofrimento se torna muito maior por não encarar as feridas do passado. Fica aprisionada aos seus medos, com receio de ser “atacada” a qualquer momento. Cria uma armadura que a impede de relaxar e se sentir à vontade com aquele com quem poderia ter uma história bacana.
É importante entender o que deu “errado” nos relacionamentos anteriores, mas não ficar tentando consertar o que já passou. Avaliar e aprender com as experiências do passado é importante para não continuar a “repetir” os caminhos que a levaram longe do seu objetivo ou de sua felicidade. O amadurecimento e autoconhecimento podem nascer desses momentos de reflexão, descobrindo um jeito novo de pensar e se comportar, em que haja comunicação, respeito, cumplicidade afetiva e emocional entre o casal.
Se existe uma palavra que eu possa dar a todas as pessoas que procuram conforto neste momento tão difícil seria: Reconstrua-se. Aproveite a vivência, mesmo que este rompimento não tenha sido sua escolha, use este turbilhão emocional como informações a seu próprio respeito. Creio que você pode aprender muito sobre si mesmo. Talvez esteja tendo reações que nunca imaginou que seria de seu feitio, talvez esteja tendo pensamentos e comportamentos que o faz não reconhecer a si mesmo, mas você pode crescer e sair renovado. Um psicólogo pode ajudar.

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