Prêmio Nobel
da Paz de 2017 - tem mais de 300 candidatos; O Presidente atual dos Estado
Unidos (EUA) Donald Trump é um dos cotados.
O Comitê
Nobel anunciará o ganhador em 06 de outubro. No ano passado, o vencedor foi o
Presidente Colombiano, Juan Manuel Santos, por seus esforços para trazer a Paz
a seu país após meio século de conflito.
Papa recebe Uribe e Santos no Vaticano em meio ao processo de paz na
Colômbia
Juan Manuel Santos pede
ajuda ao pontífice em meio ao processo de paz na Colômbia. Francisco classifica
encontro como "diálogo sincero" em "momento histórico"
vivido pelo país sul-americano.
Prêmio Nobel da Paz 2017 tem mais de 300 candidatos; Trump é um ...
Lista de presidentes dos Estados Unidos – Wikipédia, a enciclopédia ...
Cearense Maria da Penha é indicada ao Prêmio
A
nomeação dos vencedores do maior prêmio mundial de promoção de paz ocorre,
anualmente, em outubro, na Noruega
No
próximo mês de fevereiro, a fortalezense Maria
da Penha Maia Fernandes deve ser confirmada como uma das
indicações ao Prêmio Nobel da Paz de 2017. Durante este mês, o comitê da
premiação recebe sugestões de possíveis candidatos de todo o mundo. Os nomes
serão analisados pelo conselho até o início do próximo ano. A nomeação dos
vencedores do maior prêmio mundial de promoção de paz ocorre, anualmente, em
outubro, na Noruega.
O
anúncio da possibilidade de Maria da Penha ser indicada foi feito em agosto
pela senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) e pela primeira-dama do Distrito Federal,
Márcia Rollemberg. A declaração ocorreu durante sessão solene no Congresso
Nacional que celebrou os dez anos da Lei Maria da Penha (11.340/06), no último
7 de agosto.
Maria
da Penha afirmou não ter conhecido a proposta do Governo até o momento do
pronunciamento no Congresso. “Foi uma surpresa”, disse. De acordo com a
biofarmacêutica, o prêmio pode dar maior visibilidade à proteção da mulher.
“Cerca de 98% da população brasileira sabe da existência da lei, mas nem todos
os municípios têm políticas públicas de assistência. Ainda é muito pouco”, diz.
Conforme
a senadora Lúcia Vânia, somente 28 dos 5.570 municípios brasileiros têm
policiamento específico para mulheres — por meio de delegacias especializadas.
Lúcia,
durante a solenidade, realçou a coragem de Maria da Penha, que levou à Corte
Interamericana de Direitos Humanos as duas tentativas de assassinato que sofreu
do ex-marido, em 1983. Ela foi atingida por um tiro de espingarda enquanto
dormia e ficou paraplégica. “É corajoso porque enfrenta um silêncio
envergonhado da violência de um Estado que
despreza por completo o direito de milhões de brasileiras de se sentirem
seguras”, disse a senadora.
Mesmo
ainda sendo uma possibilidade, Maria da Penha já enxerga na nomeação um
“avanço”. Contudo, ela afirma que ainda há o desafio de alterar a cultura de violência no País.
“Delegacias da mulher ainda não funcionam 24 horas, nem em feriados, quando,
geralmente, o homem agressor está em casa. É preciso rever o atendimento”,
indica a farmacêutica.
Saiba
mais
Alguns
dos perfis de indivíduos que podem fazer indicação ao Prêmio Nobel da Paz:
membros de assembleias nacionais e governos; reitores e professores de ciências
sociais, história, filosofia, direito e teologia; ganhadores do Prêmio Nobel da
Paz e membros atuais e antigos do Comitê Norueguês do Nobel. O Nobel da Paz
pode ser atribuído a pessoas ou organizações que estejam envolvidas em
resoluções de problemas sociais.
Lista
de indicados ao Nobel da Paz inclui Trump, Papa e Putin
Patrocinador
propõe 'reconhecimento de paz pela força' do presidente americano
Papa Francisco e Putin se encontram no Vaticano - Gregorio
Borgia/AFP
OSLO
- Um número quase recorde de 318 indivíduos e organizações foram propostos para
disputar o Prêmio Nobel da Paz 2017, indicou o Instituto Nobel. A lista, cujos
proponentes são mantidos sob anonimato, inclui os nomes mais distintos
possíveis: do Papa Francisco aos presidentes Donald Trump e Vladimir Putin.
Veja também
A identidade dos candidatos é em princípio mantida
secreta, mas os seus patrocinadores — deputados e ministros de todos os países,
premiados e professores universitários — podem anunciar publicamente o nome do
proposto
O grupo de resgate sírio Capacetes Brancos, o
ex-agente da CIA Edward Snowden (delator de práticas de espionagem em massa) e
a União Americana para as Liberdades Civis (ACLU) estão entre candidatos alternativos
citados.
Por
outro lado, o novo presidente americano aparece apoiado por um compatriota de
identidade ainda desconhecida, mas que "pretende ver reconhecida sua
ideologia de paz pela força". Estão também o Papa Francisco, proposto por
um deputado norueguês por se apresentar como "um dos raros nomes a
desafiar Donald Trump", o presidente russo, Vladimir Putin, e o ex-chefe
de Estado francês Jacques Chirac.
O
Instituto Nobel destacou que são ao total 215 indivíduos e 103 organizações
disputando. O comitê anunciará sua escolha em outubro. Em 2016, ano recorde de
indicados (376), o vencedor foi o presidente colombiano, Juan Manuel Santos,
pelos esforços de paz com as guerrilhas locais, num conflito que dura mais de
meio século.
Presidente Donald Trump, após discursar pela primeira vez em Congresso
americano Andrew Caballero Reynolds/AFP
Apesar de serem reconhecidas pelo trabalho em busca da paz mundial, a
maioria delas dividiu o prêmio com um homem ou uma organização
A última personalidade a receber o Nobel da Paz foi
o atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em 2016, por seus esforços
para acabar com a guerra civil instaurada no país mais de 50 anos. Foram 130
laureados com a premiação em 97anos – entre 1901 e 2016. Entre todos os que
puderam receber o reconhecimento por seu trabalho pela paz mundial, 17 são mulheres.
Elas
ficaram atrás dos 88 homens e das 26 organizações que já levaram o prêmio para
casa. Além disso, a maioria delas dividiu o prêmio com outros homens ou
organizações. A historiadora e pesquisadora em história das mulheres e estudos
de gênero pela Universidade de Brasília (UnB), Ana Vitória Sampaio, explica que
o prêmio visa ao reconhecimento e à publicidade internacional de indivíduos que
marcaram sua época.
Sobre
o número muito inferior de mulheres laureadas, Ana Vitória afirma não encontrar
outra razão que não seja a permanência e a naturalização do sexismo.
“A
história das mulheres já nos mostrou que elas não estiveram ausentes do mundo
da ciência, das artes, da tecnologia, da política e até mesmo das guerras. No
caso do humanitarismo, a presença de mulheres foi maior ainda, já que elas se
lançaram, sem o menor temor, como voluntárias em guerras, zonas de conflito e
países arrasados pela miséria, pela fome e pela doença”, explica a
pesquisadora.
Ana
Vitória lembra que Madre Teresa de Calcutá tornou-se símbolo da luta contra a
pobreza na Índia. Algumas são mais desconhecidas, mesmo tendo sido laureadas
com o Prêmio Nobel, como Rigoberta Menchú Tum, ativista indígena da Guatemala,
e Betty Williams e Maired Corrigan, ativistas da paz e dos direitos humanos da
Irlanda do Norte.
“Mas,
muitas outras ficaram esquecidas. Como disse Virginia Woolf: ‘por muito tempo
na história, ‘anônimo’ era uma mulher'”, destaca. Quando se trata de mulheres
esquecidas pela organização do Nobel, Ana Vitória destaca o trabalho de Zilda
Arns. “Como brasileira, defendo que ela merecia o prêmio. Seu trabalho com a
Pastoral da Criança é reconhecido no mundo inteiro e, como médica sanitarista,
ela parecia não poupar esforços para se deslocar a outra parte do mundo e
colocar a própria vida em risco. Sua morte no terremoto do Haiti foi uma perda
mundial”, afirma.
De
acordo com a historiadora, outra mulher que não recebeu o Nobel da Paz, mas
teve uma atuação relevante para a paz mundial, foi a queniana especialista em
tecnologia, Juliana Rotich. “Ela desenvolveu um conjunto de plataformas com a
finalidade de conectar diversos países africanos, difundindo informações sobre
guerras e conflitos armados. No século 21, a comunicação é uma arma poderosa,
tanto para a segurança das pessoas, quanto para a construção de medidas capazes
de prevenir e erradicar a violência”, acrescenta Ana Vitória.
O
Prêmio Nobel da Paz foi criado pelo inventor sueco, Alfred Nobel, no fim do
século 19, sendo que a primeira premiação foi feita no ano de 1901, no início
do século 20. As categorias originais eram física, química,
fisiologia/medicina, literatura e paz. Desde então, o Nobel da Paz já foi
concedido 97 vezes a indivíduos e organizações.
Os
primeiros ganhadores do prêmio, em 1901, foram o suíço Jean Henry Dunant e o
francês Frédéric Passy. Dunant foi o fundador do Comitê Internacional da Cruz
Vermelha. Passy fundou a Sociedade Francesa de Arbitragem entre as Nações. De
acordo com a historiadora, no caso de Henri Dunant, a Cruz Vermelha é, até os
dias atuais, uma organização internacional atuante em zonas de conflitos, tendo
participado das duas grandes guerras nundiais e outras guerras que marcaram a
história.
Imagens de Conheça as homenageadas com o Nobel ...
Conheça
as homenageadas com o Nobel da Paz:
1905
– Baronesa Bertha Sophie Felicita von Suttner (nome de solteira: Condessa
Kinsky von Chinic und Tettau)
Escritora,
pacifista e compositora, Bertha nasceu em Praga, no então império
austro-húngaro, hoje conhecido como República Tcheca. Ela recebeu o Prêmio
Nobel da Paz em 1905 como escritora e presidente honorária do Gabinete
Internacional Permanente para a Paz.
Bertha
era amiga de Alfred Nobel, depois de ter virado sua secretária em 1875 por um
breve período. A baronesa dedicou a vida à luta pela a paz. Ela escreveu o
livro Lay Down Your Arms (Abaixe Suas Armas), que influenciou Albert Nobel a
criar um prêmio anual para honrar pessoas que se dedicassem a atingir a paz.
Ela se tornou a primeira mulher a receber o prêmio.
De
acordo com artigo publicado na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG),
Bertha ajudou a organizar o primeiro Congresso Internacional de Paz, em Viena
(1891), e fundou a Sociedade Austríaca dos Amigos da Paz. Foi eleita
vice-presidente do Escritório Internacional da Paz, durante o 3º Congresso
Mundial da Paz, em Roma, e fundou o jornal Die Waffen nieder! (1892), dedicado
à paz.
Essa
publicação foi substituída pelo jornal Friedenswarte (1899), para o qual
continuaria fazendo contribuições até sua morte. Viúva em 1902, continuou a
trabalhar pela paz mundial, viajou constantemente por vários países e se tornou
a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1905. Morreu de câncer
durante os preparativos do 23º Congresso Mundial da Pazantes, dois meses antes
do começo da 1ª Guerra Mundial. De acordo com seu desejo, foi cremada em Gotha
e suas cinzas espalhadas ao vento.
1931
– Jane Addams (em conjunto com Nicholas Murray Butler)
A
segunda mulher a vencer o Prêmio Nobel da Paz fundou o Women’s International
League for Peace and Freedom (Liga Internacional das Mulheres para a Paz e a
Liberdade) em 1919. Jane Adams foi assistente social, filósofa, feminista,
pacifista e reformadora estadunidense. De acordo com o site oficial do Nobel da
Paz, ela lutou por muitos anos pela pacificação e o desarmamento das grandes
potências mundiais.
Nos
Estados Unidos (EUA), Jane Addams trabalhou para ajudar os pobres e acabar com
o trabalho infantil. Em Chicago, administrou um centro que acolhia refugiados. Durante
a 1ª Guerra Mundial, Jane tentou convencer o então presidente dos Estados
Unidos Woodrow Wilson a mediar a paz entre os países, mas os americanos
entraram na guerra. Por lutar contra isso, foi considerada perigosa para a
segurança dos Estados Unidos.
A
atuação de Jane Addams foi crucial para o acordo de paz assinado pela Alemanha
em 1919. Ao fim de sua vida foi honrada pelo governo norte-americano por seus
esforços pela paz.
1946
– Emily Greene Balch (em conjunto com John Raleigh Mott)
A
próxima vencedora do Nobel da Paz veio somente 15 anos depois, quando Emily
Greene Balch ganhou o prêmio por ter dedicado a vida ao desarmamento e à paz.
Os EUA, no entanto, apesar do prêmio, continuaram tachando Emily de radical.
Formada
em sociologia, Emily Balch estudou as condições de vida de trabalhadores,
imigrantes, minorias e mulheres. Durante a 1ª Guerra Mundial, trabalhou com a
vencedora do Nobel de 1931, Jane Addams, para persuadir líderes de nações
neutras a intervir pela paz. Quando os norte-americanos entraram na guerra, foi
declarada dissidente junto com Jane.
Em
1935, Emily Greene Balch se tornou líder da organização Women’s International
League for Peace and Freedom (Liga Internacional das Mulheres para a Paz e a
Liberdade). Lutou ainda contra o fascismo e criticou nações que não enfrentaram
as políticas agressivas de Hitler e Mussolini.
1976
– Betty Williams e Mairead Corrigan
Em
1976, Betty Williams presenciou o assassinato de três crianças inocentes em
Belfast. Após a tragédia, ela decidiu protestar contra o uso de violência entre
católicos e protestantes na Irlanda. Ela se juntou à tia das crianças mortas,
Mairead Corrigan.
Juntas,
fundaram o Community of Peace People (Comunidade de Pessoas da Paz). Mesmo com
o fim do movimento pela paz no Norte da Irlanda, Mairead Corrigan continuou
trabalhando pela paz.
1979-
Madre Teresa de Calcutá
A
religiosa, cujo nome verdadeiro é Agnes Gonxha Bojaxhiu, nasceu em uma
comunidade albanesa no Sul da antiga Iugoslávia. Ordenou-se freira na Índia,
onde recebeu o nome de Teresa. Em 1946, decidiu abandonar o convento e viver
para os pobres. Sua atuação como missionária em Calcutá, na Índia, lhe rendeu o
Prêmio Nobel da Paz em 1979.
Madre
Teresa de Calcutá morreu em setembro de 1997 – seis anos antes de ser
beatificada pelo papa João Paulo II. Conhecida em vida como “a santa das
sarjetas”, Madre Teresa foi transformada em santa pela Igreja Católica 19 anos
após sua morte, quando o Papa Francisco a declarou santa em 2016.
Madre
Teresa criou as Missionárias da Caridade (M.C.), uma congregação religiosa
católica concebida com o objetivo de viver a caridade no dia a dia, assistir e
auxiliar os mais desvalidos e pobres.
As
Missionárias da Caridade tiveram origem em uma pequena congregação, que se
transformou em uma rede que hoje conta com mais de 4 mil religiosas trabalhando
em cerca de 700 casas, dedicadas a ajudar os mais desfavorecidos em mais de 130
países.
1982
– Alva Myrdal (em conjunto com Alfonso García Robles)
Myrdal
ganhou o prêmio pelo trabalho em prol do desarmamento e do controle de armas.
Representou o seu país em várias instituições, como a Organização das Nações
Unidas (ONU) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco), e foi embaixadora da Suécia na Índia.
Em
1962, entrou no Parlamento da Suécia e foi enviada como delegada à Conferência
sobre Desarmamento em Genebra, função que desempenhou até 1973. Recebeu o
Prémio Nobel da Paz em 1982, juntamente com o diplomata mexicano Alfonso García
Robles, pela defesa do desarmamento nuclear.
Era
casada com Ginnar Myrdall, também Prêmio Nobel, mas da economia em 1974, com
quem desenvolveu trabalhos relacionados com a segurança social. Escreveu obras
pacifistas, como Dynamics of European Nuclear Disarmament (1965) e The Game of
Disarmament (1965).
1991
– Aung San Suu Kyi
Filha
de Aung San, o herói nacional da independência da Birmânia (Mianmar),
ex-colônia britânica, que foi assassinado pouco antes da independência do país,
Aung San Suu Kyi é uma política de oposição, vencedora do Prêmio Nobel da Paz
em 1991, criadora e secretária-geral da Liga Nacional pela Democracia (LND) na
Birmânia. Ganhou o Nobel “pela sua luta pacífica por democracia e direitos
humanos”.
Inspirada
por Mahatma Gandhi, ela se opôs a qualquer uso de violência e pediu que o
governo militar entregasse o poder a um civil em seu país.
Durante
a eleição geral de 1990, foi detida e colocada em prisão domiciliar, condição
em que viveu por quase 15 dos 21 anos que decorreram desde o seu regresso à
Birmânia, em 20 de julho de 1989, até sua libertação, depois de forte pressão
internacional, em 13 de novembro de 2010.
1992
– Rigoberta Menchú Tum
Nascida
na Guatemala, com origem indígena, Rigoberta Menchú Tum recebeu o Nobel da paz
em 1992, “em reconhecimento pelo trabalho por justiça social e reconciliação
étnico-cultural, baseada no respeito pelos direitos das pessoas indígenas”. Ela
foi criada em um país marcado pela violência, e alguns membros de sua família
foram mortos pelo Exército.
Rigoberta
foi ainda embaixadora da Boa-Vontade da Unesco e vencedora do Prêmio Príncipe
das Astúrias de Cooperação Internacional. Sua premiação coincidiu com o quinto
centenário da chegada de Cristóvão Colombo à América e com a declaração de 1993
como Ano Internacional dos Povos Indígenas.
1997
– Jody Williams (em conjunto com a ICBL – International Campaign to Ban
Landmines)
A
americana Jody Williams foi premiada com o Nobel da Paz em 1997, dividido com a
Campanha Internacional para a Eliminação de Minas (ICBL), pelo trabalho em
defesa da proibição do uso de minas antipessoais e sua remoção. Quando ainda
era estudante, nos anos 1980, envolveu-se com trabalho humanitário com vítimas
da guerra em El Salvador. A partir de 1991, dedicou-se à luta contraminas
terrestres, que representavam perigo constante para os civis.
2003
– Shirin Ebadi
Shirin
Ebadi foi a primeira mulher a se tornar juíza no Irã. Após a revolução de
Khomeini em 1979, ela foi demitida e abriu um escritório de advocacia para
defender pessoas que estavam sendo perseguidas pelas autoridades. No ano 2000,
foi presa por ter criticado a hierocracia do país. Shirin Ebadi assumiu a luta
pelos direitos humanos fundamentais e, especialmente, pelos direitos das
mulheres e das crianças.
Ela
participou da criação de organizações que colocaram essas questões na agenda e
escreveu livros propondo emendas às leis de sucessão e divórcio do Irã. Também
queria retirar o poder político do clero e defender a separação entre religião
e Estado.
Na
escolha de Ebadi, o Comitê do Nobel manifestou o desejo de reduzir as tensões
entre os mundos islâmico e ocidental após o ataque terrorista aos Estados
Unidos em 11 de setembro de 2001. Ao mesmo tempo, o comitê desejou estender uma
mão ao movimento de reforma iraniano.
2004
– Wangari Muta Maathai
A
queniana Wangari Muta Maathai foi professora e ativista política do meio
ambiente. Primeira mulher africana a receber o Prêmio Nobel da Paz, ela venceu
“pela contribuição ao desenvolvimento sustentável, a democracia e a paz”. Maathai
fundou o Green Belt Movement, uma organização não governamental ambiental
voltada à plantação de árvores, conservação ambiental, e direitos das mulheres.
Maathai
foi eleita membro do Parlamento queniano e era ministra dos Recursos Ambientais
e Naturais no governo do presidente Mwai Kibaki, de 2003 a 2005. Além disso,
era conselheira honorária do World Future Council. Em 2011, Maathai morreu de
câncer de ovário.
2011
– Ellen Johnson-Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakel Karman
O
prêmio foi para as liberianas Ellen Johnson-Sirleaf, presidente do país
africano, Leymah Gbowee, ativista pelos direitos das mulheres africanas, e a
opositora iemenita Tawakel Karman. Após a decisão, o primeiro-ministro da
Noruega declarou: “Este prêmio é uma homenagem a todas as mulheres do mundo e
seu papel nos processos de paz e reconciliação”.
A
economista formada em Harvard, Ellen Johnson-Sirleaf foi a primeira mulher a
ser democraticamente eleita presidente da Libéria. Ela trabalhou para promover
a paz, a reconciliação e o desenvolvimento econômico e social em seu país.
Leymah
Gbowee trabalhou em prol de pessoas traumatizadas pela guerra civil,
especialmente crianças que eram recrutadas como soldados. Ela liderou um
movimento de mulheres pela paz que ajudou a acabar com a guerra civil na
Libéria. No Iêmen, a jornalista Tawakel Karman liderou um grupo, por ela
fundado, chamado “Mulheres Jornalistas Sem Correntes”. Lutou pela democracia e
direitos humanos. Foi presa e teve sua vida ameaçada diversas vezes no país.
Elas
foram premiadas “pela luta não violenta para a segurança das mulheres e o
direito de participarem integralmente de trabalhos pela paz.
2014
– Malala Yousafzai (com Kailash Satyarthi)
A
paquistanesa Malala Yousafzai dividiu o prêmio Nobel em 2014 com o ativista
indiano Kailash Satyarthi. Os dois foram premiados “pela luta contra a opressão
de crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação”. Com 17
anos, Malala Yousafzai tornou-se a pessoa mais jovem a receber o prêmio. A
jovem se tornou conhecida em 2012, após ser baleada na cabeça por talibãs ao
sair da escola. O ataque ocorreu no dia 9 de outubro daquele ano.
Malala
seguia em um ônibus escolar. Seu crime foi se destacar entre as mulheres e
lutar pela educação das meninas e adolescentes no Paquistão. O país é dominado
pelos talibãs, que são contra a educação das mulheres.
Em
2008, o líder talibã local determinou que todas as escolas interrompessem as
aulas dadas às meninas por um mês. Na época, Malala tinha 11 anos. Seu pai, que
era dono da escola onde ela estudava e sempre incentivou sua educação, pediu
ajuda aos militares locais para continuar dando aulas às meninas. Mas a
situação no país era de muita tensão.
Ao
discursar na cerimônia, Malala prometeu lutar até que a última criança seja
escolarizada. “Vou continuar essa luta até que eu veja todas as crianças na
escola”.
2015
– Wided Bouchamaoui (Membro do Quarteto do Diálogo Nacional da Tunísia)
Wided
Bouchamaoui foi a primeira mulher presidente da confederação tunisiana,
Tunisian Confederation of Industry, Trade and Handicrafts (Utica).
Em
2013, Bouchamaoui, acompanhada dos chefes de mais três organizações da
sociedade civil, formaram o Quarteto do Diálogo Nacional da Tunísia. A
esperança do grupo era combater as crescentes tensões no país. Pelo trabalho
desenvolvido, o júri do Nobel concedeu o prêmio às quatro organizações da
sociedade civil que patrocinaram uma solução negociada para a aguda crise
política que vivia a Tunísia em 2013 e ameaçava acabar com o processo de
transição, iniciado após a primavera árabe em 2011.
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