terça-feira, 3 de janeiro de 2017

CONTE-ME OUTRA

CONTE-ME OUTRA
Toda gentileza é uma declaração de amor
Gentil é aquele que passa pela vida do outro, toca-o com leveza e a marca, onde ninguém mais pode ver.
Lembro-me de que, quando pequena, sempre saia com meu avô pela rua. Figura agradável e prestativa, não economizava sorrisos ou negava favores. Jamais o vi reclamando que alguém não pagou pelo seu trabalho ou que foi explorado. Brincava com as meninas da padaria, dava gorjeta, ajudava aos irmãos, aos filhos e mimava as netas. Quando trabalhava, fazia-o assoviando. O que o tornava tão especial e querido por todos? O que o mantinha nesse estado de equilíbrio com o ambiente? Gosto de pensar que ele era gentil consigo e com a vida.
Todos passamos por situações complicadas. Somos ludibriados, destratados e, muitas vezes, até mal-amados. Sofremos com a falta de dinheiro, temos preocupações com a nossa saúde, com a saúde dos filhos, dos nossos pais, do nosso cachorro. Entretanto, o que difere o ser gentil é que ele não coloca seus problemas no centro do mundo e nem acha que todos têm de parar com suas vidas, porque ele não está bem. O verdadeiro entendedor da gentileza sabe ser suave com o outro, percebe que somos interligados por algo maior que nossos próprios interesses, que as relações humanas são pétalas de uma mesma flor.
Ainda hoje, embora tenham se tornado espécimes raros, diz a lenda que, quando vistos, são facilmente reconhecíveis. São aqueles que nos olham verdadeiramente nos olhos, que, quando íntimos, nos dão abraços apertados, que cumprem suas promessas e que não pensam antes de se levantarem e oferecerem seu lugar no banco.
O ser gentil é naturalmente educado, pois, valoriza o outro como pessoa. Sabe que respeito é afeto, que delicadeza é cuidado, e que toda gentileza é uma declaração de amor.
Ao invejar ao outro, o invejoso investe contra si mesmo
Ninguém está imune a ela, mas todo mundo finge estar. Entra ano e sai ano e a inveja, o mais inconfessável dos pecados capitais, ainda tira a paz e o sono de muita gente.
A inveja é um impulso primordialmente destrutivo, pois é normalmente acompanhada por um desejo de aniquilação, de sofrimento e nunca é construtiva.
Quem explica é a psicóloga e psicanalista Heloisa Antiori. Para ela, a inveja elimina a admiração. “Quando admiramos alguém temos a possibilidade de nos identificarmos com ela e desejar ser igual… ou em parte igual. A inveja quer destruir, fazer o outro virar pó e não reproduzir”, diz, antes de comentar que é comum ao invejoso sentir-se injustiçado pela vida, ao acreditar que o outro tem o que tem “por sorte e privilégio, não por esforço”.
Inveja é não querer que o outro tenha. Pelo menos é assim que a maioria dos especialistas estudados e ouvidos a definem.
A grande teórica do assunto é a psicanalista Melanie Klein (1882-1960), aluna e discípula de Freud que se dedicou já na década de 20 a estudar a psicanálise infantil. Seu livro “Inveja e Gratidão”, lançado na década de 50, é até hoje um marco.
Klein argumenta que a inveja está presente já na primeira infância, quando a criança inveja o seio da sua progenitora, o poder de dar e de negar alimento. Nesse contexto, a inveja surge logo que o recém-nascido se percebe impotente perante a mãe. Ou seja, praticamente nascemos invejosos.
Foi a partir dessa publicação pioneira que a inveja passou a ocupar maior espaço na discussão científica, passando a despertar cada vez mais interesse como objeto de estudo e possibilitando discussões mais amplas e aprofundadas.
Seja inadequado, porque não se adequar a uma sociedade doente é uma virtude
A vida contemporânea cheia de regras e adestramento fez com que houvesse uma padronização completa das pessoas, de tal maneira que todos se comportam do mesmo modo, falam das mesmas coisas, se vestem mais ou menos do mesmo jeito, possuem as mesmas ambições, compartilham dos mesmos sonhos, etc.
Ou seja, as particularidades, as idiossincrasias, aquilo que os indivíduos possuem de único, inexistem diante de um mundo tão pragmático e controlado.
Vivemos engaiolados, tendo sempre que seguir o padrão, que se encaixar em normas pré-determinadas, como se fôssemos todos iguais. Sendo assim, a vida acaba se transformando em uma grande linha de produção, em que todos têm que fazer as mesmas coisas, ao mesmo tempo e no mesmo ritmo, de modo a tornar todos iguais, sem qualquer peculiaridade que possa definir um indivíduo de outro e, por conseguinte, torná-lo especial em relação aos demais.
Somos enjaulados em vidas superficiais e nos tornamos seres superficiais, totalmente desinteressantes, inclusive, para nós mesmos. Sempre conversamos sobre as mesmas coisas com quer que seja, ouvindo respostas programadas pelo padrão, o qual nos torna seres adequados à vida em sociedade.
Entretanto, para que serve uma adequação que transforma todos em um exército de pessoas completamente iguais e chatas, que procuram sucesso econômico, enquanto suas vidas mergulham em depressões?
Qual o sentido de adequar-se a uma sociedade que mata sonhos, porque eles simplesmente não se encaixam no padrão? Uma sociedade que prefere teatralizar a felicidade a permitir que cada um encontre as suas próprias felicidades. Uma sociedade que possui a obrigação de sorrir o tempo inteiro, porque não se pode jamais demonstrar fraqueza. Uma sociedade que retira a inteligência das perguntas, para que nos contentemos com respostas rasas. Então, por que se adequar?
Os nossos cobertores já estão ensopados com os nossos choros durante a madrugada. O choro silencioso para que ninguém saiba o quanto estamos sofrendo. Para manter a farsa de que estamos felizes. Para fazer com que mentiras soem como verdade, enquanto, na verdade, não temos sequer vontade de levantar das nossas camas.
O pior de tudo isso é que preferimos vidas de silencioso desespero a romper com as amarras que nos aprisionam e nos distanciam daquilo que grita dentro de nós, esperando afoitamente que o escutemos, a fim de que sejamos nós mesmos pelo menos uma vez na vida sem a preocupação de agradar aos outros.
Somos uma geração com medo de assumir as rédeas das próprias vidas. E, assim, temos permitido que outros sejam protagonistas destas. É preciso coragem para retomá-las e viver segundo aquilo que arde dentro de nós, mesmo que sejamos vistos como loucos, pois só assim conseguiremos sair das depressões que nos encontramos.
É preciso sacudir as gaiolas, já que, como diz Alain de Botton: “As pessoas só ficam realmente interessantes quando começam a sacudir as grades de suas gaiolas”. E, sobretudo, é preciso ser inadequado, porque não se adequar a uma sociedade doente é uma virtude.
Câmera da Nasa flagra lua cruzando lado iluminado da Terra; veja vídeo
Esta é a segunda vez em um ano que a agência faz 'photobomb lunar'. Imagens mostram lua entre os oceanos Pacífico e Índico.
Uma câmera da Nasa flagrou o movimento da lua enquanto cruzava o lado iluminado da Terra. As imagens foram capturadas pela espaçonave DSCOVR, que observa o planeta e o clima espacial para a Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA), dos Estados Unidos. (Veja vídeo acima)
O vídeo foi gravado por uma câmera CCD - comum entra máquinas compactas -  de quatro megapixels, entre as 23h50 do dia 4 de junho e as 3h18 do dia 5. É possível ver a lua entre os oceanos Pacífico e Índico.
"Pela segunda vez na vida da DSCOVR, a lua passou entre a espaçonave e a Terra", disse Adam Szabo, cientista da Nasa. "O projeto registrou este evento no dia 5 de julho com a mesma harmonia e resolução espacial, como o primeiro 'photobomb lunar' do ano passado”.
O telescópio no satélite DSCOVR orbita a 1 milhão de milhas da Terra. Como disse o pesquisador Adam Szabo, essa é a segunda vez que o fenômeno é capturado pela espaçonave em 1 ano -  a última vez ocorreu em 16 de julho de 2015.
Imagem foi feita por câmera de quatro megapixels (Foto: Nasa)

Um comentário:

  1. Textos publicados sem autoria. O Material "Toda gentileza é uma declaração de amor" é da escritora Josie Conti, do site Conti outra. Favor colocar os créditos.

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