CONTE-ME OUTRA
Toda gentileza é uma declaração de amor
Gentil é aquele que passa pela
vida do outro, toca-o com leveza e a marca, onde ninguém mais pode ver.
Lembro-me de que, quando pequena,
sempre saia com meu avô pela rua. Figura agradável e prestativa, não
economizava sorrisos ou negava favores. Jamais o vi reclamando que alguém não
pagou pelo seu trabalho ou que foi explorado. Brincava com as meninas da
padaria, dava gorjeta, ajudava aos irmãos, aos filhos e mimava as netas. Quando
trabalhava, fazia-o assoviando. O que o tornava tão especial e querido por
todos? O que o mantinha nesse estado de equilíbrio com o ambiente? Gosto de
pensar que ele era gentil consigo e com a vida.
Todos passamos por situações
complicadas. Somos ludibriados, destratados e, muitas vezes, até mal-amados.
Sofremos com a falta de dinheiro, temos preocupações com a nossa saúde, com a
saúde dos filhos, dos nossos pais, do nosso cachorro. Entretanto, o que difere
o ser gentil é que ele não coloca seus problemas no centro do mundo e nem acha
que todos têm de parar com suas vidas, porque ele não está bem. O
verdadeiro entendedor da gentileza sabe ser suave com o outro, percebe que
somos interligados por algo maior que nossos próprios interesses, que as
relações humanas são pétalas de uma mesma flor.
Ainda hoje, embora tenham se
tornado espécimes raros, diz a lenda que, quando vistos, são facilmente
reconhecíveis. São aqueles que nos olham verdadeiramente nos olhos, que, quando
íntimos, nos dão abraços apertados, que cumprem suas promessas e que não pensam
antes de se levantarem e oferecerem seu lugar no banco.
O ser gentil é naturalmente
educado, pois, valoriza o outro como pessoa. Sabe que respeito é afeto, que
delicadeza é cuidado, e que toda gentileza é uma declaração de amor.
Ao invejar ao outro, o invejoso investe contra si mesmo
Ninguém está imune a ela, mas todo mundo finge estar. Entra ano e sai ano e a inveja, o mais inconfessável dos pecados capitais, ainda tira a paz e o sono de muita gente.
A inveja é um impulso primordialmente destrutivo, pois é normalmente acompanhada por um desejo de aniquilação, de sofrimento e nunca é construtiva.
Quem explica é a psicóloga e psicanalista Heloisa Antiori. Para ela, a inveja elimina a admiração. “Quando admiramos alguém temos a possibilidade de nos identificarmos com ela e desejar ser igual… ou em parte igual. A inveja quer destruir, fazer o outro virar pó e não reproduzir”, diz, antes de comentar que é comum ao invejoso sentir-se injustiçado pela vida, ao acreditar que o outro tem o que tem “por sorte e privilégio, não por esforço”.
Inveja é não querer que o outro tenha. Pelo menos é assim que a maioria dos especialistas estudados e ouvidos a definem.
A grande teórica do assunto é a psicanalista Melanie Klein (1882-1960), aluna e discípula de Freud que se dedicou já na década de 20 a estudar a psicanálise infantil. Seu livro “Inveja e Gratidão”, lançado na década de 50, é até hoje um marco.
Klein argumenta que a inveja está presente já na primeira infância, quando a criança inveja o seio da sua progenitora, o poder de dar e de negar alimento. Nesse contexto, a inveja surge logo que o recém-nascido se percebe impotente perante a mãe. Ou seja, praticamente nascemos invejosos.
Foi a partir dessa publicação pioneira que a inveja passou a ocupar maior espaço na discussão científica, passando a despertar cada vez mais interesse como objeto de estudo e possibilitando discussões mais amplas e aprofundadas.
Seja inadequado, porque não se adequar a uma
sociedade doente é uma virtude
A vida contemporânea cheia de
regras e adestramento fez com que houvesse uma padronização completa das
pessoas, de tal maneira que todos se comportam do mesmo modo, falam das mesmas
coisas, se vestem mais ou menos do mesmo jeito, possuem as mesmas ambições,
compartilham dos mesmos sonhos, etc.
Ou seja, as particularidades, as
idiossincrasias, aquilo que os indivíduos possuem de único, inexistem diante de
um mundo tão pragmático e controlado.
Vivemos engaiolados, tendo sempre
que seguir o padrão, que se encaixar em normas pré-determinadas, como se
fôssemos todos iguais. Sendo assim, a vida acaba se transformando em uma grande
linha de produção, em que todos têm que fazer as mesmas coisas, ao mesmo tempo
e no mesmo ritmo, de modo a tornar todos iguais, sem qualquer peculiaridade que
possa definir um indivíduo de outro e, por conseguinte, torná-lo especial em
relação aos demais.
Somos enjaulados em vidas superficiais
e nos tornamos seres superficiais, totalmente desinteressantes, inclusive, para
nós mesmos. Sempre conversamos sobre as mesmas coisas com quer que seja,
ouvindo respostas programadas pelo padrão, o qual nos torna seres adequados à
vida em sociedade.
Entretanto, para que serve uma
adequação que transforma todos em um exército de pessoas completamente iguais e
chatas, que procuram sucesso econômico, enquanto suas vidas mergulham em
depressões?
Qual o sentido de adequar-se a
uma sociedade que mata sonhos, porque eles simplesmente não se encaixam no
padrão? Uma sociedade que prefere teatralizar a felicidade a permitir que cada
um encontre as suas próprias felicidades. Uma sociedade que possui a obrigação
de sorrir o tempo inteiro, porque não se pode jamais demonstrar fraqueza. Uma
sociedade que retira a inteligência das perguntas, para que nos contentemos com
respostas rasas. Então, por que se adequar?
Os nossos cobertores já estão
ensopados com os nossos choros durante a madrugada. O choro silencioso para que
ninguém saiba o quanto estamos sofrendo. Para manter a farsa de que estamos
felizes. Para fazer com que mentiras soem como verdade, enquanto, na verdade,
não temos sequer vontade de levantar das nossas camas.
O pior de tudo isso é que
preferimos vidas de silencioso desespero a romper com as amarras que nos
aprisionam e nos distanciam daquilo que grita dentro de nós, esperando afoitamente
que o escutemos, a fim de que sejamos nós mesmos pelo menos uma vez na vida sem
a preocupação de agradar aos outros.
Somos uma geração com medo de
assumir as rédeas das próprias vidas. E, assim, temos permitido que outros
sejam protagonistas destas. É preciso coragem para retomá-las e viver segundo
aquilo que arde dentro de nós, mesmo que sejamos vistos como loucos, pois só
assim conseguiremos sair das depressões que nos encontramos.
É preciso sacudir as gaiolas, já
que, como diz Alain de Botton: “As pessoas só ficam realmente interessantes
quando começam a sacudir as grades de suas gaiolas”. E, sobretudo, é preciso
ser inadequado, porque não se adequar a uma sociedade doente é uma virtude.
Câmera
da Nasa flagra lua cruzando lado iluminado da Terra; veja vídeo
Esta é a segunda vez em um ano que a agência faz 'photobomb lunar'. Imagens mostram lua entre os oceanos Pacífico
e Índico.
Uma câmera da Nasa flagrou o movimento da lua enquanto cruzava o lado iluminado
da Terra. As imagens foram capturadas pela espaçonave DSCOVR, que observa o
planeta e o clima espacial para a Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA), dos Estados Unidos. (Veja vídeo acima)
O
vídeo foi gravado por uma câmera CCD - comum entra máquinas compactas -
de quatro megapixels, entre as 23h50 do dia 4 de junho e as 3h18 do dia 5. É
possível ver a lua entre os oceanos Pacífico e Índico.
"Pela segunda vez
na vida da DSCOVR, a lua passou entre a espaçonave e a Terra", disse Adam
Szabo, cientista da Nasa. "O projeto registrou este evento no dia 5 de
julho com a mesma harmonia e resolução espacial, como o primeiro 'photobomb
lunar' do ano passado”.
O telescópio no
satélite DSCOVR orbita a 1 milhão de milhas da Terra. Como disse o pesquisador
Adam Szabo, essa é a segunda vez que o fenômeno é capturado pela espaçonave em
1 ano - a última vez ocorreu em 16 de julho
de 2015.
Imagem foi feita por câmera de quatro megapixels (Foto: Nasa)
Textos publicados sem autoria. O Material "Toda gentileza é uma declaração de amor" é da escritora Josie Conti, do site Conti outra. Favor colocar os créditos.
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