sábado, 23 de julho de 2016

AMAMENTAÇÃO

ORGULHO DE AMAMENTAR SEU BEBÊ
MINHA (MARAVILHOSA) EXPERIÊNCIA DE AMAMENTAR
Vamos conversar sobre amamentação?
Eu sempre achei lindo o ato da mulher amamentar, mas não me recordo de ter parado para pensar nisso antes de ficar grávida. Logo no início da gravidez decidi que iria amamentar, queria muito e não via a hora disso acontecer.
Nem passava na minha cabeça o fato de não conseguir amamentar por algum motivo. Lembro de uma vez comentar com umas amigas que estava procurando bomba de extrair leite e elas disseram que eu estava me precipitando pois nem sabia se eu iria ter leite. Só aí que eu parei para pensar que poderia não rolar e confesso ter ficado um pouco chateada com esse balde de água fria (que não mudou em nada na minha decisão e na minha vontade louca de amamentar).
Alguns meses antes do parto comecei a passar pomada de lanolina (a que eu usava era a Lansinoh) e usar concha rígida para formar o bico do peito. No real, não acredito que isso tenha me ajudado em nada, porque quando o bicho pega, o bicho pega.
Comecei a ler artigos sobre amamentação, instruções, vídeos. Decidi que era muita informação e que na hora ia ser totalmente diferente e eu acabaria não usando nada daquilo que eu estava teimando em decorar. Então parei de ver os vídeos e ler tudo a respeito.
Semanas antes do parto eu comecei a me preocupar porque meu peito tinha inchado só no início da gravidez e depois nunca mais. Já era para eu ter leite, não? Não! Eu estava errada. Leite só depois do parto. Antes disso só colostro. Bom, aí eu tive o João e depois de 2h levaram ele para o quarto para mamar. Agora é só alegria.
João mamando pela primeira vez
Não, definitivamente, não. O que ninguém tem conta é que é difícil de uma certa maneira, amamentar. O bebê no início não acerta o bico do peito, não sabe o que fazer, berra de fome, mas não pega o peito. Aí ele se desespera e aí mesmo que ele não pega o peito. Nesse caso, você tem que pegar ele, acalmar e só depois tentar de novo. Sem contar que cada enfermeira que entra no quarto fala uma coisa, apertavam meu peito para ver se estava saindo alguma coisa, como se ele já não tivesse dolorido o suficiente.
Mas nada disso, me fez desistir, eu queria amamentar, eu queria muito ter essa experiência mais que tudo. Não sei de onde vinha essa vontade louca, mas eu simplesmente tinha. A médica tinha me dito que em até 3 dias o meu leite iria “descer”. Se não descesse nesse período ela passou um remédio que eu tinha que inalar, eu acho. Mas eu sabia também que se ele não descesse era porque provavelmente não iria mais descer.
Pois bem, chorei no hospital, no segundo dia, porque meu leite não tinha descido e eu achava que não conseguiria. O João aparentemente não gostava de mamar, ficava, no máximo, 5 minutos no peito e não queria mais. Mas eu queria tanto... Lá no hospital mesmo uma enfermeira me disse que parece que mamou pouco, que a quantidade de colostro é pouca, mas não é, porque o colostro é rico em calorias, o suficiente para manter o bebê nutrido e alimentado até o leite descer. A natureza é muito perfeita, meu Deus.
Enfim fomos para casa e exatamente como dito pela médica, no terceiro dia o leite desceu e desceu MUITO. Meu peito parecia uma bola de concreto, prestes a explodir, mal dava para fechar os braços de tão doloridos que estavam.
Teve um momento que o João demorou mais para acordar, o peito estava cheio e começou a encher mais. A primeira vez que eu sentia ele enchendo. Daí eu comecei a gritar, não de dor, mas de susto. Sei lá, achei que naquele momento ele fosse explodir, juro. Mas não dói nada quando ele enche, só é uma sensação diferente do que estamos acostumadas.
Comecei a tirar leite com a bombinha elétrica que eu tinha comprado da G-Tech. Tirei porque senão ele iria empedrar. Eu não esvaziava, só tirava a ponto de não sentir mais dor. – Ah, tirar leite nos primeiros dias dói muito (pelo menos na elétrica que foi a que eu usei), acho que é porque o peito está sensível, o bico ainda não está formado – E era muito leite que eu tirava, achava que eu era a vaca leiteira que nunca iria parar de jorrar leite.
Ah, logo nos primeiros dias, ao amamentar o útero contrai para voltar ao tamanho e posição de origem. É uma cólica tão forte que eu tinha que me agarrar em algo ou alguém. Mas depois de uns 2 minutos, passa. Ouvi falar, não sei se é verdade porque sou leiga, que a amamentação ajuda o útero a voltar mais rapidamente ao seu tamanho. Depois de uns dois, três dias, normalizou a produção de leite e eu passei a produzir só a quantidade que o João normalmente mamava. Daí não precisei mais tirar leite.
Em poucos dias também o João aprendeu a mamar. Eu aprendi que se ele dormisse mamando no início, eu tinha que fazer carinho na bochecha para incentivar ele. Porque no início eles têm um pouco de preguiça..., cansa um pouco para eles.
Eu amamentava ele de 3 em 3 horas. Não que se ele tivesse com fome, eu não amamentasse antes. Mas se ele chorasse dentro desse período, eu não dava o peito logo de cara. Eu via se ele não estava com frio, com calor, se estava com a fralda suja, se não era cólica, etc. Se não fosse nada disso, aí sim, eu dava mamar para ele. Porque nem sempre quando um bebê chora, é fome.
Ah, e sempre usando a pomada de lanolina (aquela que comentei aqui em cima) depois de cada mamada e e ela era maravilhosa, na próxima mamada meu peito já estava como novo, não rachou nenhuma vez (a única coisa que tive foi uma febrinha durante uma noite porque acho que meu bico do peito inflamou, mas de manhã eu já estava super bem).
Também usava a concha e o que ficava de leite na concha não era brincadeira. Porque enquanto você amamenta num seio, o outro fica jorrando leite. Não usava muito na rua porque costumava a vazar enquanto amamenta. Usava também o absorvente de seio da York (o melhor que eu encontrei, achei que fosse vagabundo, mas me surpreendi.
Os outros de marcas famosas eram desconfortáveis, me arranhavam), mas não usava direto porque ele meia que abafava e parecia que assava, não sei direito como explicar. Então eu alternava o uso da concha com o do absorvente, mas nunca sem nada porque o leite escorria pelo corpo, molhava a roupa e além da vergonha, dava um super nervoso.
Usei todos esses utensílios por, no máximo, 2 meses, que é quando o bico se acostuma com a amamentação e o fluxo de leite já não é tão grande a ponto de vazar. Algumas pessoas me falavam e eu lia para não amamentar vendo TV ou mexendo no celular que isso pode influenciar na produção de leite. Realmente acho lindo, mas quero ver falarem isso de madrugada, depois da 3 mamada.
NÃO DÁ! Você precisa de alguma coisa que te faça não fechar os olhos. No início eu via um canal de investigação policial, depois o canal só tinha episódios repetidos porque eu já tinha visto todos. Recorri à internet e no Instagram encontrei mamães acordadas na madruga, passando pela mesma coisa que eu. E isso foi muito legal (é muito legal saber que você não está só). Mas mesmo assim, eu dormi algumas vezes amamentando. Eu assumo, fui fraca. Já acordei com o João mamando meu umbigo, já acordei com o peito de fora e o João dormindo no meu colo. Mas eu me absolvo disso.
Ah, se não fosse a almofada de amamentação, não sei o que seria de mim e nem do João. Muita gente acha um item dispensável do enxoval, eu acho 10.0000000000000 vezes indispensável no enxoval e vou dizer: Primeiro porque as costas doem, você não tem posição confortável, tem que ficar segurando o bebê não sei quanto tempo na mesma posição e se não fosse ela, eu estaria ferrada.
Ela deixa o bebê na posição certinha de amamentar e depois que ele vai crescendo e ficando mais pesado, não precisa ficar segurando o peso todo do bebê já que ele está na almofada. Segundo porque se não fosse ela, todas as vezes que dormi durante a amamentação, provavelmente, o João teria caído. E também porque usei a almofada para deixar o João de bruços, estimulando-o a levantar o corpo com os braços. Usei para deixar o João sentado, estimulando-o a sentar. Usei até mesmo depois de parar de amamentar.
Nunca tive vergonha de amamentar em público e nunca fui repreendida por fazê-lo. Se fui, eu nem percebi, porque, de fato, não me importava com o que as pessoas estariam pensando, preferia imaginar todas elas achando lindo e realmente eu achava que todas estavam achando lindo. A única coisa que eu fazia era colocar um paninho entre meu seio e a boca do João porque também já achava muita exposição (da minha parte, não acho nada demais que não usa o paninho).
Quando o João ia completar 5 meses, levei na pediatra e disse que voltaria a trabalhar e ela me explicou que, mesmo que eu tirasse leite no trabalho, provavelmente meu leite secaria. Tive uma crise de choro. Não queria que meu leite secasse, não estava preparada para a separação desse elo. Porque, sim. Para mim, a amamentação é um elo, um cordão umbilical que não foi cortado. Meu filho dependia de mim para se alimentar, ele se alimentava de mim.
Eu amava vê-lo mamar, a mãozinha que ele apoiava no meu colo, quando ele me olhava mamando e, às vezes até sorria para mim. Ou até quando ele terminava de mamar, eu colocava ele para arrotar em pé no meu colo e ele dormia de sapinho em mim. Eu me sentia a mulher mais feliz, mais completa, mais tudo nesse mundo. E aí que eu tentei, fiz de tudo, mas com 5 meses e meio meu leite secou de vez. Não foi tão ruim quanto eu imagino, estava me preparando para esse momento.
Mas, agora com 7 meses, eu morro de saudade de amamentar. Sou ativista da amamentação. Mentira, não sou não. Cada mulher sabe de si. Mas se me pedir um conselho na vida, eu vou dizer para você amamentar. Ninguém tem conta essas coisas difíceis porque, na verdade, quando falamos de amamentação, não lembramos das coisas difíceis, só das coisas maravilhosas que ela traz. Foi difícil, foi. Mas foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida INTEIRA. Toda mulher merece passar um dia pela experiência de amamentar, nem que seja por uma vez na vida.
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