ORGULHO DE AMAMENTAR SEU BEBÊ
MINHA (MARAVILHOSA)
EXPERIÊNCIA DE AMAMENTAR
Vamos conversar sobre amamentação?
Eu sempre
achei lindo o ato da mulher amamentar, mas não me recordo de ter parado para
pensar nisso antes de ficar grávida. Logo no início da gravidez decidi que iria
amamentar, queria muito e não via a hora disso acontecer.
Nem
passava na minha cabeça o fato de não conseguir amamentar por algum motivo.
Lembro de uma vez comentar com umas amigas que estava procurando bomba de extrair
leite e elas disseram que eu estava me precipitando pois nem sabia se eu iria
ter leite. Só aí que eu parei para pensar que poderia não rolar e confesso ter
ficado um pouco chateada com esse balde de água fria (que não mudou em nada na
minha decisão e na minha vontade louca de amamentar).
Alguns meses antes do parto comecei a passar pomada de lanolina
(a que eu usava era a Lansinoh) e usar concha rígida para formar o bico do
peito. No real, não acredito que isso tenha me ajudado em nada, porque quando o
bicho pega, o bicho pega.
Comecei a ler artigos sobre amamentação,
instruções, vídeos. Decidi que era muita informação e que na hora ia ser
totalmente diferente e eu acabaria não usando nada daquilo que eu estava
teimando em decorar. Então parei de ver os vídeos e ler tudo a respeito.
Semanas
antes do parto eu comecei a me preocupar porque meu peito tinha inchado só no
início da gravidez e depois nunca mais. Já era para eu ter leite, não? Não! Eu
estava errada. Leite só depois do parto. Antes disso só colostro. Bom, aí eu
tive o João e depois de 2h levaram ele para o quarto para mamar. Agora é só
alegria.
João
mamando pela primeira vez
Não, definitivamente, não. O que ninguém tem conta é que é
difícil de uma certa maneira, amamentar. O bebê no início não acerta o bico do
peito, não sabe o que fazer, berra de fome, mas não pega o peito. Aí ele se
desespera e aí mesmo que ele não pega o peito. Nesse caso, você tem que pegar
ele, acalmar e só depois tentar de novo. Sem contar que cada enfermeira que
entra no quarto fala uma coisa, apertavam meu peito para ver se estava saindo
alguma coisa, como se ele já não tivesse dolorido o suficiente.
Mas nada
disso, me fez desistir, eu queria amamentar, eu queria muito ter essa
experiência mais que tudo. Não sei de onde vinha essa vontade louca, mas eu
simplesmente tinha. A médica tinha me dito que em até 3 dias o meu leite iria
“descer”. Se não descesse nesse período ela passou um remédio que eu tinha que
inalar, eu acho. Mas eu sabia também que se ele não descesse era porque
provavelmente não iria mais descer.
Pois bem,
chorei no hospital, no segundo dia, porque meu leite não tinha descido e eu
achava que não conseguiria. O João aparentemente não gostava de mamar, ficava,
no máximo, 5 minutos no peito e não queria mais. Mas eu queria tanto... Lá no
hospital mesmo uma enfermeira me disse que parece que mamou pouco, que a
quantidade de colostro é pouca, mas não é, porque o colostro é rico em
calorias, o suficiente para manter o bebê nutrido e alimentado até o leite
descer. A natureza é muito perfeita, meu Deus.
Enfim
fomos para casa e exatamente como dito pela médica, no terceiro dia o leite
desceu e desceu MUITO. Meu peito parecia uma bola de concreto, prestes a
explodir, mal dava para fechar os braços de tão doloridos que estavam.
Teve um momento que o João demorou mais para acordar, o peito
estava cheio e começou a encher mais. A primeira vez que eu sentia ele
enchendo. Daí eu comecei a gritar, não de dor, mas de susto. Sei lá, achei que
naquele momento ele fosse explodir, juro. Mas não dói nada quando ele enche, só
é uma sensação diferente do que estamos acostumadas.
Comecei a
tirar leite com a bombinha elétrica que eu tinha comprado da G-Tech. Tirei
porque senão ele iria empedrar. Eu não esvaziava, só tirava a ponto de não
sentir mais dor. – Ah, tirar leite nos primeiros dias dói muito (pelo menos na
elétrica que foi a que eu usei), acho que é porque o peito está sensível, o
bico ainda não está formado – E era muito leite que eu tirava, achava que eu
era a vaca leiteira que nunca iria parar de jorrar leite.
Ah, logo
nos primeiros dias, ao amamentar o útero contrai para voltar ao tamanho e
posição de origem. É uma cólica tão forte que eu tinha que me agarrar em algo
ou alguém. Mas depois de uns 2 minutos, passa. Ouvi falar, não sei se é verdade
porque sou leiga, que a amamentação ajuda o útero a voltar mais rapidamente ao
seu tamanho. Depois de uns dois, três dias, normalizou a produção de leite e eu
passei a produzir só a quantidade que o João normalmente mamava. Daí não
precisei mais tirar leite.
Em poucos
dias também o João aprendeu a mamar. Eu aprendi que se ele dormisse mamando no
início, eu tinha que fazer carinho na bochecha para incentivar ele. Porque no
início eles têm um pouco de preguiça..., cansa um pouco para eles.
Eu
amamentava ele de 3 em 3 horas. Não que se ele tivesse com fome, eu não
amamentasse antes. Mas se ele chorasse dentro desse período, eu não dava o
peito logo de cara. Eu via se ele não estava com frio, com calor, se estava com
a fralda suja, se não era cólica, etc. Se não fosse nada disso, aí sim, eu dava
mamar para ele. Porque nem sempre quando um bebê chora, é fome.
Ah, e
sempre usando a pomada de lanolina (aquela que comentei aqui em cima) depois de
cada mamada e e ela era maravilhosa, na próxima mamada meu peito já estava como
novo, não rachou nenhuma vez (a única coisa que tive foi uma febrinha durante
uma noite porque acho que meu bico do peito inflamou, mas de manhã eu já estava
super bem).
Também
usava a concha e o que ficava de leite na concha não era brincadeira. Porque
enquanto você amamenta num seio, o outro fica jorrando leite. Não usava muito
na rua porque costumava a vazar enquanto amamenta. Usava também o absorvente de
seio da York (o melhor que eu encontrei, achei que fosse vagabundo, mas me
surpreendi.
Os outros
de marcas famosas eram desconfortáveis, me arranhavam), mas não usava direto
porque ele meia que abafava e parecia que assava, não sei direito como
explicar. Então eu alternava o uso da concha com o do absorvente, mas nunca sem
nada porque o leite escorria pelo corpo, molhava a roupa e além da vergonha,
dava um super nervoso.
Usei
todos esses utensílios por, no máximo, 2 meses, que é quando o bico se acostuma
com a amamentação e o fluxo de leite já não é tão grande a ponto de vazar.
Algumas pessoas me falavam e eu lia para não amamentar vendo TV ou mexendo no
celular que isso pode influenciar na produção de leite. Realmente acho lindo,
mas quero ver falarem isso de madrugada, depois da 3 mamada.
NÃO DÁ!
Você precisa de alguma coisa que te faça não fechar os olhos. No início eu via
um canal de investigação policial, depois o canal só tinha episódios repetidos
porque eu já tinha visto todos. Recorri à internet e no Instagram encontrei
mamães acordadas na madruga, passando pela mesma coisa que eu. E isso foi muito
legal (é muito legal saber que você não está só). Mas mesmo assim, eu dormi algumas
vezes amamentando. Eu assumo, fui fraca. Já acordei com o João mamando meu
umbigo, já acordei com o peito de fora e o João dormindo no meu colo. Mas eu me
absolvo disso.
Ah, se
não fosse a almofada de amamentação, não sei o que seria de mim e nem do João.
Muita gente acha um item dispensável do enxoval, eu acho 10.0000000000000 vezes
indispensável no enxoval e vou dizer: Primeiro porque as costas doem, você não
tem posição confortável, tem que ficar segurando o bebê não sei quanto tempo na
mesma posição e se não fosse ela, eu estaria ferrada.
Ela deixa
o bebê na posição certinha de amamentar e depois que ele vai crescendo e
ficando mais pesado, não precisa ficar segurando o peso todo do bebê já que ele
está na almofada. Segundo porque se não fosse ela, todas as vezes que dormi
durante a amamentação, provavelmente, o João teria caído. E também porque usei
a almofada para deixar o João de bruços, estimulando-o a levantar o corpo com
os braços. Usei para deixar o João sentado, estimulando-o a sentar. Usei até
mesmo depois de parar de amamentar.
Nunca tive vergonha de amamentar em público e nunca fui repreendida
por fazê-lo. Se fui, eu nem percebi, porque, de fato, não me importava com o
que as pessoas estariam pensando, preferia imaginar todas elas achando lindo e
realmente eu achava que todas estavam achando lindo. A única coisa que eu fazia
era colocar um paninho entre meu seio e a boca do João porque também já achava
muita exposição (da minha parte, não acho nada demais que não usa o paninho).
Quando o João ia completar 5 meses, levei na pediatra e disse
que voltaria a trabalhar e ela me explicou que, mesmo que eu tirasse leite no
trabalho, provavelmente meu leite secaria. Tive uma crise de choro. Não queria
que meu leite secasse, não estava preparada para a separação desse elo. Porque,
sim. Para mim, a amamentação é um elo, um cordão umbilical que não foi cortado.
Meu filho dependia de mim para se alimentar, ele se alimentava de mim.
Eu amava
vê-lo mamar, a mãozinha que ele apoiava no meu colo, quando ele me olhava
mamando e, às vezes até sorria para mim. Ou até quando ele terminava de mamar,
eu colocava ele para arrotar em pé no meu colo e ele dormia de sapinho em mim.
Eu me sentia a mulher mais feliz, mais completa, mais tudo nesse mundo. E aí que eu tentei, fiz de tudo,
mas com 5 meses e meio meu leite secou de vez. Não foi tão ruim quanto eu
imagino, estava me preparando para esse momento.
Mas,
agora com 7 meses, eu morro de saudade de amamentar. Sou ativista da
amamentação. Mentira, não sou não. Cada mulher sabe de si. Mas se me pedir um
conselho na vida, eu vou dizer para você amamentar. Ninguém tem conta essas
coisas difíceis porque, na verdade, quando falamos de amamentação, não
lembramos das coisas difíceis, só das coisas maravilhosas que ela traz. Foi
difícil, foi. Mas foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida INTEIRA. Toda
mulher merece passar um dia pela experiência de amamentar, nem que seja por uma
vez na vida.
E se você curtiu desse post, clica aqui em “Gosto” e em
“Compartilhar”. Não esqueça também de curtir a gente no Facebook: http://facebook.com/maenaodorme e nem no Instagram: @blogmaenaodorme