terça-feira, 16 de janeiro de 2018

IRMÃOS QUE VALEM OURO

Fabiana Murer é malhada na internet após 3ª Olimpíada sem medalha
A atleta brasileira Fabiana Murer durante a competição de salto com vara nos Jogos Pan-Americanos 2015 (Ivan Pacheco/VEJA)
Depois de ser eliminada nas classificatórias do salto com vara feminino nesta terça-feira, Fabiana Murer virou alvo na internet. O público, frustrado com o desempenho da brasileira, recorreu às redes sociais para protestar contra a atleta, que pela terceira vez saiu sem medalha de uma Olimpíada.
Fabiana já afirmou em entrevistas que vem sofrendo com uma hérnia cervical desde a fase final de sua preparação para a Rio-2016. A justificativa não caiu bem entre parte dos brasileiros, que acusa a atleta de estar dando uma “desculpa” para não seguir adiante na competição.
Esta é a terceira Olimpíada de Fabiana. Em 2008, ela foi para Pequim, mas no meio dos Jogos uma de suas varas sumiu por culpa da organização. Já em 2012, em Londres, a atleta não passou pela fase de classificação e, após a eliminação, afirmou que um forte vento a atrapalhou por mudar de direção diversas vezes durante seus saltos.

Maior clube de atletismo do país, B3 encerra as atividades após 16 anos

O maior Clube de Atletismo do país é maior vencedor do Troféu Brasil, com 14 títulos, a B3 Atletismo (Antiga BM&F), encerrou as suas atividades nesta Segunda Feira (2ª Feira), dia 15 de Janeiro de 2018 após 16 anos de existência e 30 anos de apoio à Modalidade.
A agremiação, que conta com 57 Atletas e 13 Treinadores altamente profissionais e capacitados, manterá o patrocínio até o fim de ano letivo, com aporte financeiro. Entretanto, o Clube não participará de mais nenhuma competição.
”Com o objetivo de alinhar a estratégia de investimento Social privado da B3 à evolução da sua cultura corporativa, a B3 Social (OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) passa a atuar a partir de 2018 direcionando seus recursos para atividades vinculadas a educação e formação de jovens para o trabalho. Educação é um eixo estratégico para a B3 e um tema importantíssimo que permeia um negócio. É a parte do compromisso com o avanço dos mercados, e consequentemente, do país Brasil”, informou por meio da nota.
“Com esta definição estratégica, tem início agora um processo de transição da B3 Atletismo. Em respeito a uma História de 30 anos no Esporte, e a fim de conduzir essa transição com o menor impacto possível, a B3 Social continuará apoiando o Atletismo com aportes financeiros ao longo de todo ano de 2018 e está em tratativa para doação de todo seu acervo esportivo a outras instituições tradicionais do Atletismo”, diz outro trecho da nota.
“A B3 reconhece e agradece a grande contribuição de toda a Equipe, Gestores, Parceiros, Patrocinadores e a Impressa esportiva em todos esses anos”. Completa o comunicado.
Segundo a Folha de São Paulo apurou, os Atletas poderão migrar para a Orcampi, equipe de Campinas, que sempre foi considerado, um Clube-irmão da B3. Sem Clube, os Atletas não podem participar de nenhuma Competição Oficial no Brasil.  
O atletismo tem um refúgio em 31 mil metros quadrados -quase três campos de futebol- entrecortados por duas largas avenidas de São Caetano do Sul, no ABC paulista. Fincado às margens de um parque, entre verde e concreto, repousa a pista azul, em reforma, e a estrutura coberta que identificam o Centro de Treinamento do Clube de Atletismo BM&F Bovespa, o maior do país.
A área, em princípio, não salta aos olhos. Mas abriga boa parte dos principais nomes do atletismo nacional, modalidade que já rendeu 14 pódios olímpicos ao Brasil. A grande aposta da modalidade para os Jogos do Rio, em agosto, defende as cores do time: Fabiana Murer.
Criada oficialmente em 2002, a equipe viu seu embrião nascer em 1988, quando a BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) resolveu ofertar um prêmio, chamado "Ouro Olímpico", a medalhistas dos Jogos de Seul-1988. O mimo era 4 kg em ouro, que foram divididos entre os atletas. O Brasil chegou seis vezes ao pódio (um ouro, duas pratas e três bronzes). Como o mecenato pegou bem para a BM&F, a Bolsa resolveu estender seu vínculo com o esporte.
Vanderlei Cordeiro de Lima
Ouro e atletismo
Conheça a história do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, que se tornou uma referência mundial no esporte
O apoio da BM&FBOVESPA ao atletismo começou em 1988 com o Prêmio Ouro Olímpico, por inspiração do ex-presidente da BM&F Luiz Masagão Ribeiro e do ex-presidente da BOVESPA e ex-conselheiro da BM&F Fernando Nabuco, ambos atletas e aficionados no esporte. Barras de ouro, um dos principais produtos da Bolsa durante muito tempo nos anos 1980 e 1990, eram entregues aos esportistas brasileiros que conquistavam medalhas em Jogos Olímpicos. A primeira rodada de premiações ocorreu após os Jogos de Seul, na Coreia do Sul, e distribuiu mais de quatro quilos de ouro para atletas como Joaquim Cruz, Robson Caetano, Torben Grael e Lars Grael.
O sucesso da iniciativa levou a Bolsa a procurar novas alternativas de apoio ao esporte. O atletismo foi escolhido principalmente pelo fator de inclusão social que essa modalidade propicia. O bicampeão olímpico do salto triplo em Helsinque em 1952 e Melbourne em 1956, Adhemar Ferreira da Silva, foi convidado para colaborar com a Bolsa nessa área. Sua recomendação foi desenvolver jovens talentos para as Olimpíadas. Em 1990, a então BM&F selou uma parceria com a Federação Paulista de Atletismo, presidida por Sergio Coutinho, com esse objetivo por meio do Programa Atleta do Futuro. Durante os anos 1990, esse programa foi se ampliando. Em 2000, a BM&F já patrocinava 25 atletas, entre eles, Vanderlei Cordeiro de Lima, Maurren Maggi e Fabiana Murer.
A ideia de formar um clube surgiu em 2000, ano da Olimpíada de Sydney. O então presidente da BM&F, Manoel Felix Cintra Neto, que seria co-presidente do primeiro Conselho de Administração da BM&FBOVESPA, e Edemir Pinto, então diretor-geral da BM&F e atualmente diretor-presidente da Bolsa, debateram com Adhemar Ferreira da Silva e Sergio Coutinho alternativas para aumentar a participação da Bolsa no atletismo.
O caminho escolhido foi absorver uma equipe vencedora, da União Esportiva Funilense, que ganhou várias vezes o Troféu Brasil, principal competição de atletismo no País. No ano seguinte, em 2001, ainda com o nome de Funilense, a equipe de atletas ganhou novamente o Troféu Brasil. A partir de 2002, o time se tornou o Clube de Atletismo BM&F. Logo em seguida, em 2003, a Bolsa deu um presente a São Paulo, reformando a pista de atletismo do Estádio Ícaro de Castro Mello, no complexo esportivo do Ibirapuera.
No registro da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), o nome do clube só passou a ser utilizado na lista de ganhadores do Troféu Brasil em 2005. Com a fusão com a BOVESPA em 2008, teve seu título alterado para Clube de Atletismo BM&FBOVESPA.
No dia 4 de maio de 2012, a Bolsa inaugurou o Centro de Treinamento (CT) do Clube, em São Caetano do Sul (SP). Fruto de um investimento de R$ 20 milhões, o CT ocupa uma área de 31 mil metros quadrados em terreno cedido em comodato pela Prefeitura de São Caetano.
O Centro inclui uma pista indoor e outdoor de treinamento, além de uma estrutura completa de atendimento ao atleta, com áreas para musculação, fisioterapia, nutrição, imprensa, vestiários, administração e depósitos. O Clube BM&FBOVESPA teve 20 atletas entre os 67 brasileiros que competiram nas provas de atletismo das Olimpíadas Rio/2016.
O ciclo dos Jogos de 2016 foi encerrado com um evento que homenageou os atletas finalistas olímpicos e anunciou a permanência de Fabiana Murer e Marílson Gomes dos Santos na equipe, em novas funções, após o término de suas carreiras, a partir de 2017. Na cerimônia, a Bolsa premiou o campeão olímpico Thiago Braz, ouro no salto com vara e que foi atleta do Clube entre 2010 e 2014, com uma barra de ouro de 1 kg.

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